liberté

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domingo, 27 de dezembro de 2015

Cloudy Days

Dias nublados são tão preguiçosos.
Tão cinzas e tranquilos.
Monótonos e tediosos.
Reflexivos, estranhos.
Me traz pensamentos antigos.
Promessas e não ditos.
Cobranças, consciência.
Relembra meus conceitos,
meus princípios, meus valores.
Choque de Realidade.
Suspiros.

Angela Pradella
27 de dezembro de 2015

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Ser mutável

Com o passar do tempo nós vamos mudando, amadurecendo.
Algumas coisas que tinham muito valor antes, já não tem muito valor agora.
Da mesma forma que outras coisas foram se tornando essenciais.
Nossos princípios, valores, amores, nossas lutas, nossas causas,
tudo muda, cresce, se transforma.
Começamos a valorizar pequenas coisas, pequenos sentimentos,
começamos a valorizar nós mesmo.
Cada experiência nos traz um novo aprendizado.
Cada momento pelo qual passamos nos constroem, nos fortalecem.
Somos quebra-cabeça formados por milhões de peças.
Peças complexas que nem sempre se encaixam.
Mas que vivem em constante mudança de lugar, de forma.
Nossos pensamentos são líquidos, vão e voltam, transbordam, se esvaem,
mudam em uma velocidade que as vezes nem podemos acompanhar.
O que somos agora, é exatamente o que deveríamos ser.
E a cada segundo esse ser muda e se reconstrói.
Somos eterna reconstrução.

Angela Pradella
25 de dezembro de 2015


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Esses sonhos.

Aquele deslumbrante pássaro.
Tão único e belo.
Como ele me encanta.
Torna-se irresistível admirar suas cores,
não consigo parar de olha-lo.
Seus finos traços, sua delicadeza,
suas peculiaridades, sua essência,
suas lindas cores,
o brilhos dos seus olhos.
Novamente me deixou em fascínio,
cantou suas doces canções.
Dessa vez me levou em um incrível voo,
através das nuvens, entre as estrelas.
Me deleitei em seu aconchego, seu afago.
E então ele me trouxe de volta e se foi.
Voou livre, como sempre.
Me deixando um sorriso,
uma leveza e uma paz
inigualáveis.

Angela Pradella
23 de dezembro de 2015



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Liberdade

"Ela é um dos últimos românticos, ainda acredita no amor"... Eu ouvi isso outro dia sobre mim e fiquei pensando... Pra começar eu tenho que admitir que eu era o tipo de pessoa que acreditava que um dia eu encontraria meu príncipe encantado em um cavalo branco e nós viveríamos felizes para sempre.  Mas com o tempo eu fui aprendendo que as coisas não são bem assim.
Hoje eu não acredito que existam pessoas umas feitas para as outras, ou que exista algo eterno.  Existem pessoas que tem afinidade, que se entendem, que se somam, que brigam, choram, sorriem, são cúmplices. Eu acho totalmente possível que alguém ame mais que uma pessoa ao mesmo tempo, que se encante por muitas outras.
Isso não quer dizer que eu não queira estar com alguém, me apaixonar, talvez um dia namorar, casar talvez e quem sabe ter um filhos. E muito menos que eu quero sair por ai ficando com todas as pessoas. Isso quer dizer que eu acredito em liberdade, que tem certas coisas que eu não posso controlar, sentimentos. Isso quer dizer que no dia que eu estiver com alguém eu quero que essa pessoa esteja ali por que ela quer estar e não por obrigação, e que ela saiba que a qualquer momento que ela quiser sair ela pode sair, que se um dia ela venha a se encantar por outra pessoa, eu não posso e nem vou querer impedi-la, porque são sentimentos, todos estamos propensos a senti-los.
Eu acredito no amor e muito, mas talvez seja um conceito diferente do que as pessoas estão acostumadas. Para mim o amor nada tem a ver com posse, ao contrário, o amor é livre, é querer a pessoa bem independente de onde esteja ou com quem esteja.
Pode ser que eu esteja completamente errada, mas é assim que penso, talvez eu nunca encontre alguém que pense como eu. Mas acredito que devemos estar felizes com o que as pessoas nos proporcionam de bom, mesmo que elas não estejam ao nosso lado, pois devemos ser livres e as pessoas tem que estar ao nosso lado quando elas se sentirem a vontade.
Eu devo ser romântica sim, mas não da maneira convencional.

Angela Pradella
21 de dezembro de 2015

Filtros

Se nós formos pensar no todo da vida, eventualmente nós iremos nos deparar com situações impossíveis, coisas inalcançáveis que queremos muito mais não podemos ter. E sim, essas coisas existem, e por mais que nós lutemos e corremos atrás, e sim nós devemos lutar e fazer todo o possível para conseguir desde que isso não venha a ferir ninguém, algumas coisas não conseguiremos, é inevitável, todos temos limitações, podemos muito, mas não tudo.
E então adianta sofrer, ficar se lamentando, fazer birra, bater o pé? Talvez forçando, nós até conseguiríamos o que quiséssemos, mas a que custo? Obrigando alguém a permanecer ao nosso lado? Chantageando? Ferindo?
A vida é muito curta e frágil para perder tempo brigando por coisas pequenas, sofrendo, se lamentando, penso que devemos filtrar os momentos e manter apenas o lado bom das coisas, viver o momento, o melhor, deixar as coisas acontecerem, sem forçar, afinal, se elas acontecem naturalmente, não precisamos nos afobar, nos angustiar e sofrer. E se não for pra acontecer, que nós tiremos as partes boas do processo de tentar, poética. Pra que ficar frisando nos momentos ruins se podemos dar enfase nas partes boas, que nos fizeram crescer, sorrir, que nos fizeram feliz.
Ficar triste as vezes é inevitável, mas não precisamos ficar presos a isso, levemos o lado bom da vida, isso é a liberdade de espirito, saber que nem tudo podemos controlar, as vezes nós vamos errar, as vezes as coisas não vão sair como querermos, mas que podemos aproveitar a parte boa sempre..
Nós somos seres complexos, difíceis, somos sim. Mas se nós podemos simplificar algumas coisas e transformar em aprendizado e crescimento ao invés de sofrimento, por que não tentar?

Angela Pradella
21 de dezembro de 2015

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sobre esperar...

As pessoas vivem por ai esperando. Elas esperam que amanhã seja melhor, que a semana que vem seja melhor, talvez o próximo mês melhore, ou então ano que vem seja melhor, quem sabe a próxima década? Ou o próximo século!?
Esperamos que as pessoas deixem de ter mágoas, esperamos que elas nos correspondam, que elas gostem de nós, que nos aceitem para que nós possamos ser felizes. Alguns esperam pelo tal do amor eterno, outras esperam pela felicidade, e tem algumas que esperam o juízo final. Elas esperam por um emprego melhor, uma casa melhor, uma vida melhor. Esperam que a violência acabe, que a corrupção acabe, que as catástrofes naturais, ou não tão naturais assim parem, que o mundo se torne um lugar melhor.
Mas a dificuldade está justamente em esperar, as pessoas somente esperam, esperam que o seu dia de amanhã seja melhor, mas não fazem nada para tentar mudar alguma coisa. Sabemos somente reclamar, de como as coisas são difíceis, de como elas são chatas, de como nada muda nunca. Mas quem deve começar a mudança? O problema é que mudar da trabalho, nossa, como da trabalho né? Como é difícil, quanta preguiça, vamos deixar para amanhã! E assim o mundo caminho, com essa falta de força de vontade que nunca leva ninguém a lugar nenhum.
Por que ninguém fala nada quando alguém joga lixo no chão? Por que ninguém fala nada quando vê uma situação de violência ou injustiça? Por que ninguém fala nada quando vê alguém dormindo na rua? Por que ninguém fala nada quando o garanhão tenta beijar a menina a força? Por que ninguém fala nada quando um jovem é agredido por sua cor, ou por ser gay, ou somente por ser diferente? Porque é mais fácil não fazer nada, usar a desculpa do "não é comigo", ou "eu não tenho o direito de me intrometer"... É comodo, e é triste...
Nós fomos condicionados a acreditar que não podemos fazer nada pelo mundo, e o mais incrível é que nós acreditamos tão cegamente nisso, que não fazemos nada nem por nós mesmo, acreditamos que somos tão pouco que nem tentamos nos fazer melhores. Acreditamos que se as coisas estão assim é porque elas deveriam estar e não fazemos nada para mudar. Acreditamos que sozinhos não podemos mudar nada, mas e se todo mundo ao invés de pensar que sozinho não podemos fazer nada, pensasse ao contrário e começasse a mudar? Se cada um fizesse sua parte e começasse a mudar aos poucos, com certeza nós iriamos muito longe.Mas ai invés disso continuamos a esperar, simplesmente esperar... que algo mude, que a situação melhore, que alguém reconheça nosso esforço, que alguém nos ajude. Estamos esperando algum tipo de herói?
Mas até quando nós vamos esperar? Será que os heróis não somos nós mesmos? Será que não é o momento de começarmos a mudar? Tem muita gente por ai fazendo o bem, se inquietando e lutando, mas esse muito ainda é pouco, tem muita gente que ainda tem que acordar.
Paremos de esperar pelos outros para fazer algo, para sermos felizes, para podermos seguir em frente. Nós não precisamos esperar, nós podermos fazer por nós mesmo, nós podemos mudar o mundo, nós podemos alcançar nossos objetivos, nós podemos ir atrás da nossa felicidade. Nós não precisamos e nem podemos ficar esperando por ninguém, as pessoas tem que começar a caminhar sozinhas, lado a lado e não puxando alguém ou sendo puxado.
Pare de esperar que alguém faça e faça você mesmo.
Nós podemos muito mais do que imaginamos.

Angela Pradella
18 de dezembro de 2015

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Sentidos

Qual foi a última vez que você parou pra olhar o céu? Eu digo parar mesmo, deitar e ficar observando as nuvens, as estrelas, a lua... Qual foi a última vez que você abraçou alguém de verdade, sentiu seu coração batendo, seus corpos tão perfeitamente encaixados que o mundo inteiro parou? Qual foi a última vez que você se perdeu em meio a um beijo, se perdeu no tempo, no espaço? Quando foi que você andou descalço na grama ou na terra pela última vez? Quanto tempo faz que você não cheira uma flor? Quando foi que você parou pra sentir a brisa tocando o seu rosto e fechou os olhos de puro prazer? Quanto tempo faz que você não sente as texturas de uma planta, das árvores, de grãos, de tecidos, da pele e tantas outras mais? Faz quanto tempo que você não para um pouco para respirar, para se observar, observar o mundo a sua volta, todos os seus pormenores?
A velocidade do mundo aumenta a cada dia, e a cada dia nós deixamos um pouco da sensibilidade para trás. Estamos nos tornando tão mecânicos que não sentimos mais realmente. Não abraçamos de verdade, não olhamos nos olhos, não sentimos o toque, tocar, ser tocado, não apertamos as mãos. Olhamos uma bela paisagem e não a vemos realmente, escutamos o canto dos pássaros e ignoramos, não aproveitamos suas lindas melodias, sabemos aproveitar muito menos o silêncio, nos importamos cada vez menos em observar o mundo, estamos deixando de usar nossos sentidos aos poucos.
Você já reparou no sol nascendo, aquela cor alaranjada magnifica? E quando ele está se pondo, o céu fica levemente avermelhado, um incrível espetáculo... Você já reparou que por diversas vezes o céu assemelha-se a uma pintura, uma esplendida obra de arte que se esvai em poucos minutos? Você já reparou no sorriso das pessoas? Nos olhares? Em como uma expressão muda dependendo do que nós falamos? Você já notou a alegria de uma criança com coisas pequenas como uma simples bolha de sabão?
Algumas alegrias estão nas coisas mais simples, coisas que estamos deixando de apreciar. Um abraço carinhoso, um beijo na testa, um toque demorado, sentir o vento, caminhar pelas sombras das árvores ouvindo os pássaros, admirar o céu, ouvir as pessoas, ser gentil, sorrir, fazer alguém sorrir.
Nós estamos esquecendo da simplicidade, das peculiaridades, dos detalhes, estamos olhando o mundo através de telas, de pequenas prisões que nem ao menos percebemos e estamos deixando de perceber a nós mesmos.
Vamos parar para respirar um pouco, andar mais devagar, observar o nosso entorno, tocar as coisas e realmente apreciar sua textura, ouvir o vento, as pessoas, o silêncio, degustar sabores, amores, vinhos, sentir o cheiro das flores, da terra, da chuva...
Vamos voltar a sentir...
Vamos voltar a viver...
Vamos admirar o mundo.

Angela Pradella
17 de dezembro de 2015

terça-feira, 24 de novembro de 2015

Mais amor, por favor.

Pode ser que eu esteja fazendo tudo errado. Que eu esteja indo contra tudo o que seja certo. Mas e ai quem defini o que é certo e o que é errado? Quem foi que deu o direito a alguém de apontar o dedo na cara de outro e julgar? Há tantas pessoas com criticas e mais criticas na ponta da língua, só sabem falar mal, encontrar defeitos, procuram falhas até mesmo onde não existe apenas para ser do contra, apenas para ter sua própria opinião. São essas mesmas pessoas que não mechem um dedo para melhorar as coisas, as tantas coisas que estão erradas.
Apontam quem está ajudando a causa dos animais porque existem tantas crianças na rua sem um lar, apontam quem luta pelas causas LGBTTT porque tem gente passando fome no mundo, apontam a luta feminista porque tem homens que também morrem no mundo, apontam todo e qualquer tipo de causa alegando que existem outras causam maiores e mais importantes. Chegam ao cumulo de criticar quem está sendo solidário a uma tragédia enquanto a outra tragédia foi mais catastrófica, então é claro que você está sendo solidário pela causa errada, então pare de ser solidário!!!!????? Quando foi que chegamos a essa competição de sofrimentos? Por que ao invés de criticar as pessoas simplesmente não se levantam e fazem alguma coisa, vão ajudar na causa que elas acham mais importante?! O mundo realmente está as avessas.
Está faltando respeito, está faltando empatia, está faltando consciência, discernimento, está faltando amor, faltam abraços e compreensão. Falta sentirmos a dor do outro, falta aprendermos que não se trata de ser melhor que ninguém, se trata de sermos cada vez melhores que nós fomos ontem, se trata de ultrapassar nossos próprios limites e não os limites do outro.
O mundo não precisa de mais guerras, de gente discutindo e se matando por coisas banais, e nem por coisas que não são banais. O mundo precisa de cuidados, o mundo precisa de mais amor, as pessoas precisam de mais amor.
Por favor, mais amor.

Angela Pradella
24 de novembro de 2015

segunda-feira, 23 de novembro de 2015

Esboços

Diversos pensamentos assim, sem começo nem fim. Vem e vão num piscar de olhos. Me levam a histórias loucas, insanas e depois simplesmente desaparecem. Minha cabeça tem andado assim, nessa confusão, pode ser que nem seja confusão, mas não sei ao certo que nome dar a isso, talvez distração? As vezes penso em tanto para escrever, mas são todos pensamentos soltos, não se fecham, não terminam, nem ao menos sei de onde vieram ou como foram parar ali. As vezes tenho ideias lindas que se vão antes mesmo de eu ter um papel na mão. Tantas coisas, um turbilhão. Tudo passa tão rápido que as vezes não tem distinção.

Angela Pradella
24 de novembro de 2015

segunda-feira, 16 de novembro de 2015

Ouvi por ai....

Eu soube por ai minha pequena que você anda chorando...
Pensar em lágrimas escorrendo aonde deveria existir um doce sorriso, tão sincero e lindo me fez suspirar, meu coração ficou apertado, tive vontade de te abraçar, de afagar teus cabelos, te consolar, secar tuas lágrimas e não deixa-las mais cair...
Ninguém que realmente merece as suas lágrimas te faria chorar minha pequena, eu gostaria que você não chorasse por nada, nem por ninguém.
Eu sei que é impossível ser feliz o tempo todo, mas eu também sei que da pra ser feliz a maior parte dele, não apenas um pedacinho, uma pequena parte. Você tem direito a mais, muito mais.
Eu gostaria de tirar tuas amarras, desatar teus nós, mas tem nós, que somente nós podemos desamarrar.
Você não precisa disso, você não precisa de ninguém, você sabe o quanto é magnifica? E não estou dizendo que você precisa se isolar, mas a sua felicidade deve depender apenas de você, as outras pessoas só vem a somar. As pessoas ao teu redor só deveriam te fazer sorrir.
Eu gostaria muito que você se libertasse e se sentisse leve.
Eu gostaria muito de ouvir por ai que você anda feliz.
Que você é só sorrisos.

Angela Pradella
16 de novembro de 2015

quarta-feira, 11 de novembro de 2015

Poliedro

Entre as suas desordens e confusões,
alguns momentos de equilibro.
Em meio a bagunça existe uma ordem.
Essa montanha russa,
com altos e baixos,
as vezes divertida, as vezes assustadora,
rápida, devagar, adrenalina,
eterna aventura, o vento no rosto,
liberdade.
Mar aberto, as vezes tempestivo,
as vezes calmaria aparente,
por dentre obscuro,
cheio de segredos,
misterioso.
Milhares de lados, diversas facetas.
Constante mudanças,
de pensamentos, rumos, certezas,
metamorfose incessante.  
Um emaranhado de loucuras,
indecisões, inconstância,
insanidades, intensidade,
incoerência, incógnita
incorrigível.

Angela Pradella
12 de novembro de 2015

terça-feira, 13 de outubro de 2015

Dicotomias

Em meio a todo esse tumulto,
a toda essa ausência de lágrimas,
ainda é possível sorrir.
Aquele sorriso bobo,
que ficou marcado no peito,
transpassado nas veias,
guardado na alma.
Aquele que surge das entranhas do coração,
a lembrança que escorre pelos lábios.
Traz a sensação de leveza,
de um voo inesquecível.
E essa sensação ímpar,
as vezes se transforma,
se torna urgência, insanidade.
Torna-se sede,
sede daqueles lábios macios,
daqueles olhos me olhando,
vontade daquele toque,
estar naqueles braços,
entre aqueles abraços.
E vem um desejo louco,
de cometer um crime,
um sequestro, roubar-te,
nunca mais devolver-te.
matar-te de amor.
Mas logo vem a calma,
e entre essas confusões,
sobra um sorriso,
misturado ao riso.
Como são loucos esse sentimentos.
Como são diversos e inconstantes.
Será que sou louca?
Acho que devo ser.

Angela Pradella
13 de outubro de 2015

segunda-feira, 12 de outubro de 2015

Pesado

Essa vontade de chorar.
Mas lágrimas não vem. 
Elas simplesmente enroscam ali e não descem.
Eu sei que preciso desabar.
Somente chorar, chorar e chorar. 
Eu não preciso de palavras.
Eu não preciso de conselhos. 
Preciso de afago. 
Me desligar dessa realidade, 
apenas um pouco,
só por alguns minutos.
Preciso de aconchego.
de um refúgio.
Abraço, silêncio.

Angela Pradella
12 de outubro de 2015

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sobre sentir

Eu decidi parar,
somente parar.
Parar de tentar entender,
de me preocupar,
de procurar um sentido,
parar de tentar rimar,
de encaixar cada coisa em seu lugar.
Decidi parar,
parei de pensar,
deixei sentir,
me deixei ser,
me deixei invadir,
pelo sem resposta,
pelo que eu sou,
pelo sem sentido,
pelos seus sentidos,
pelo que eu estou sentindo.
E esse sentindo,
que é tão bonito,
tão livre,
tão calmo,
e tão intenso,
tudo ao mesmo tempo,
me faz sorrir,
me faz cócegas,
sentir estranho,
inexato, inconstante,
sentimento bobo,
compartilhado.
Irradia, flui,
flutua, liberta.
Sentir bem,
sentirar nem por.

Angela Pradella
29 de setembro de 2015

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Continuar

Quando essas tempestades atingem a gente, nós percebemos que somos meros mortais.
Nos damos conta da nossa fragilidade, da nossa vulnerabilidade.
Percebemos que estamos suscetíveis a tudo e qualquer coisa.
Doenças, problemas, erros, maldades.
E nos resta tirar força do fundo do nosso amago.
Nos agarrarmos as esperanças.
Sorrir quando se tem vontade de chorar.
Levantar e andar quando se quer o estático.
Lutar contra forças que nem ao menos vemos.
Nem ao menos sabemos.
Tudo desaba ao nosso redor.
E temos que continuar a tentar.
Somente tentar.
Continuar.

Angela Pradella
21 de setembro de 2015

Mentiras

Esse sorriso mente,
o céu nublado na mente, 
a tempestade que se forma, 
a chuva nos olhos.
Esse sorriso mente, 
sua mentira é convincente, 
esconde a gritaria na mente,
o coração apertado, 
a angustia latente.
Esse sorriso é mentiroso, 
mas olhos, 
esses pedem,
desesperadamente, 
não mentem, 
não sabem,
não podem,
eles choram, 
sem lágrimas. 
Eles apenas choram. 

Angela Pradella
21 de setembro de 2015






segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Invente um vento

Caminha por ai,
sem rumo, sem direção,
pensamentos soltos,
olhar perdido,
vai devagar,
conta os passos,
chuta pedrinhas.
Vai livre,
a brisa beija sua face
despenteia seus cabelos,
ela fecha os olhos,
sorri, um sorriso bobo,
satisfeito, ocioso.
Abre os braços,
brinca com o vento,
como se pudesse pega-lo,
como se pudesse voar.
Um dia....
Sim, um dia...

Angela Pradella
14 de outubro de 2015



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O Silêncio



















Sua quietude assusta,
intriga, inquieta.
Seu barulho não se nota,
não é aparente,
mas por vezes grita, engana,
enlouquece, amedronta,
repleto de coisas há dizer,
revindicar.
É claro que acalma,
tranquiliza, equilibra, eleva,
toca o coração.
Tem tantos significados,
tantos quanto se é possível.
O silêncio,
apreciação dos pormenores,
degustação da alma,
do olhar, do toque,
dos detalhes, do sorriso,
dos beijos,
da vida.

Angela Pradella
19 de setembro de 2015

segunda-feira, 17 de agosto de 2015

Agosto e suas idiossincrasias


Agosto tem um gosto nostálgico,
gosto de chocolate amargo.
Agosto é a sensação do completo,
do completo vazio.
Agosto é um banco na beira do mar,
agosto tem gosto de sal,
gosto de saudade.
Agosto é a sensação da areia fina tocando os pés,
de observar a lua,
observar as curvas do sorriso,
a sensação do toque suave na pele,
do sentir o silêncio,
é a sensação de pegar o vento.
Agosto é verde escuro caramelizado,
é olhar profundo,
é parar o mundo. 
Agosto é a lágrima que escorre,
e acaba em um sorriso bobo.
Agosto é a lembrança que nunca existiu,
é a cicatriz intangível.
Agosto é realidade paralela,
é magia eterna.

Angela Pradella
17 de agosto de 2015

domingo, 9 de agosto de 2015

Sorrisos

Hoje acordei sorrindo.
Tive um sonho lindo.
Um deslumbrante pássaro pousou em meus ombros,
brincou com meus cabelos,
sussurrou em meus ouvidos as melodias mais doces.
Deixou-me afagar suas admiráveis cores,
cores fortes, vivas, intensas
admiráveis cores.
Pousou ali e me fez feliz,
depois voou livre,
magnifico,
como deveria ser.
Ele sabia que poderia voltar.
Quando quisesse e se quisesse.
Ele era livre.

Angela Pradella
09 de agosto de 2015

segunda-feira, 27 de julho de 2015

Gaiolas, liberdade e escolhas.

Vi outro dia uma charge que achei muito interessante, era sobre trabalho. O empregador ao ver o voo de um belo pássaro disse: "Uau, você tem um voo maravilhoso, vou te contratar, mas, a partir de agora, você irá permanecer nessa gaiola". Pronto, qual o sentido de tudo isso? O pássaro morrerá lá preso, deixará de voar...
Acho que isso se aplica de forma genial, em todos os aspectos da vida, principalmente quando se trata de amor. Nós observamos todos os dias, diversos pássaros, tem aqueles é claro que chamam mais a atenção, que nós queremos ficar para sempre observando, mas não estamos contentes em observar seu belo canto, seu lindo voo.
Somos criaturas egoístas, logo capturamos aquele pássaro, damos um jeito de coloca-lo em uma gaiola, e não felizes, nos enfiamos dentro da gaiola junto. Dois pássaros melancólicos nos tornamos. Permanecemos ali por obrigação, pois noa achamos no dever de estar ali já que prendemos o outro pássaro, e a cada dia vamos definhando, perdendo a graça, perdendo a beleza, perdendo o encanto que antes víamos no outro, e logo, a cada oportunidade, saímos pela portinha, tentamos alçar novos voos sem que o pássaro saiba, sendo que ambos poderiam ainda estar em seus incríveis voos. 
Não é estranho como nós somos seres extremamente possessivos? Como ficamos com alguém por obrigação, quando deveria ser por opção? Não é bem mais bonito continuar a olhar o pássaro voando com as suas incríveis penas que te encantam, e vindo cantar em teus ouvidos, ciscar teus cabelos quando tem vontade? Voar pelo mundo maravilhosamente e sempre voltar feliz? Do que ter um pássaro preso em uma gaiola morrendo aos poucos? 
Somos criaturas extremamente estranhas, queremos uma liberdade que não damos aos outros. Queremos uma liberdade que temos medo de ter, somos dependentes, não materialmente, mas emocionalmente de outros, quando na verdade deveríamos ser felizes com nós mesmos, apenas. Primeiramente realizados em nós, e depois encontrar outra liberdade que se somará a nossa liberdade e ambas crescerão juntas. Livres para onde quiserem ir, e por isso pertencentes umas as outras, não por opção, mas por escolha. Amor nada tem a ver com posse, o amor é livre, não cobra, não exige, ele somente existe sem nada querer em troca. 

Angela Pradella
27 de julho de 2015

quarta-feira, 22 de julho de 2015

Ilusões

Passear pelas tuas linhas,
na ponta dos dedos,
redesenhar tuas curvas,
caminhar na tua pele de veludo.
Tocar teu corpo macio,
sua face, seus lábios,
suas mão delicadas.
Beber dos teus lábios,
beijar teus finos traços,
causar arrepios,
Sentir teu ser,
teu calor, teu cheiro,
teu sorriso na minha pele.
Conhecer teus caminhos,
tuas marcas,
cicatrizes,
cada canto,
cada milimetro de você,
tua história,
Tua alma.
Querer.
Muito.

Angela Pradella
22 de julho de 2015 

Subjetivo



Entre sonhos e desejos,
acertos e tropeços,
entre suspiros e lágrimas,
o sentido e o abstrato,
entre sentir e ser,
pensar e conseguir,
entre o não e o medo...
Entre, caminhe,
passeie pelas curvas,
do sorriso, do corpo,
do tempo, do espaço.
Sem receios,
somente esteja,
somente seja,
toque, beije,
sorria.

Angela Pradella
22 de julho de 2015

sábado, 30 de maio de 2015

Fascinante

Momentos espontâneos,
sem roteiro,
que fogem às regras.
esses pequenos momentos,
que se tornam imensuráveis, 
atingem o intimo, 
atingem a alma.
Esses momentos simples, 
repletos de silêncio, 
repletos de significados.
palavras não ditas,
sentimentos diversos. 
Momentos de paz,
que só fazem bem,
energia magnifica.
Esses momentos, 
sem cobrança,
sem espera,
sem expectativas.
Ahh esses belos momentos,
lindos momentos.

Angela Pradella
31 de maio de 2015

quarta-feira, 27 de maio de 2015

Irresistível

De longe,
sinto seu cheiro,
vontade que dá,
beijar seu pescoço,
alisar teus cabelos,
tocar sua face,
roubar um beijo.
Roubar
você 
pra 
mim.

Angela Pradella
27 de maio de 2015

terça-feira, 26 de maio de 2015

Vácuo


Eu queria um canto,
chega de encantos,
queria um sofá na janela,
queria sentar,
agarrar as pernas,
permanecer,
queria olhar o nada,
sem pensar,
morder os dedos,
deixar passar,
preencher essa lacuna,
essa espaço de tempo vazio,
perder os sentidos,
a sanidade,
o caminho.
Queria me perder,
no espaço de tempo
em que pude sorrir.
Queria uma realidade,
algo tangível,
uma possibilidade.
Queria ser real,
a primeira,
a única,,,
O vazio...

Angela Pradella
27 de maio de 2015

Mentiras



O silêncio,
tudo que eu mais quero e o que eu não posso ter.
Como silenciar com uma mente que não para de gritar.
Grita de raiva, de dor, de ódio, de medo... 
Grita comigo, mas me força a sorrir,
como entender?
Mas é que ninguém precisa saber...
Dos monstros, do escuro, dos fantasmas,
Basta dizer, 
está tudo bem.
E pra que?
Sumir, fugir,  partir, 
ficar em paz... 
Tudo que eu mais quero, e não posso ter... 

Angela Pradella
27 de maio de 2015

quarta-feira, 20 de maio de 2015

Controvérsias, Antíteses e Paradoxos.

Querer e não querer.
Querer e não poder.
Ser, estar, desaparecer.
Um grito que silencia,
O silencio gritante.
Andar e permanecer no lugar.
Olhar e não ver,
Perceber sem se dar conta.
Querer espaço e também o espaço de um abraço.
Estar só imerso a uma multidão.
Ser a multidão.
Ser a solidão.
Ser tudo e nada.
As complicações do ser.

Angela Pradella
20 de maio de 2015


terça-feira, 19 de maio de 2015

Take a breath

Tome folego,
respira fundo.
Põe a cabeça pra fora desse mar de confusões.
Nem tudo é exigência,
nem todos querem algo em troca,
nem tudo é dor,
o mundo não é tão triste assim.
Se afasta um pouco, 
deixa o véu escuro de lado,
abraça o silêncio, 
ignore a sordidez.
Seja egoísta e se ame,
deixe de lado todos e tudo que prejudica.
Não se force a nada,
apenas viva, 
apenas respire,
e por favor, 
não deixe de sorrir.
Apensar respire,
apenas chore, 
deixa as lágrimas lavarem a alma.
Tome folego,
respire novamente.
Viva

Angela Pradella
19 de maio de 2015


domingo, 26 de abril de 2015

Coração e Amigomores.

Trago um coração livre,
aberto, leve.
Fique a vontade para entrar.
As portas estão abertas
para o desinteresse,
para o carinho,
para a amizade,
para o amor,
para a sinceridade.
Saia quando quiser,
não obrigo ninguém a ficar,
assim como
ninguém é obrigado a entrar.
Esteja a vontade para falar,
para chorar,
para sorrir,
para amar,
para silenciar.
Apenas peço que respeite-o,
deixe-o amar,
do seu jeito,
sem pedir nada em troca,
sem brigar,
somente amar.

Angela Pradella
 26 de abril de 2015