liberté

liberté

terça-feira, 29 de setembro de 2015

Sobre sentir

Eu decidi parar,
somente parar.
Parar de tentar entender,
de me preocupar,
de procurar um sentido,
parar de tentar rimar,
de encaixar cada coisa em seu lugar.
Decidi parar,
parei de pensar,
deixei sentir,
me deixei ser,
me deixei invadir,
pelo sem resposta,
pelo que eu sou,
pelo sem sentido,
pelos seus sentidos,
pelo que eu estou sentindo.
E esse sentindo,
que é tão bonito,
tão livre,
tão calmo,
e tão intenso,
tudo ao mesmo tempo,
me faz sorrir,
me faz cócegas,
sentir estranho,
inexato, inconstante,
sentimento bobo,
compartilhado.
Irradia, flui,
flutua, liberta.
Sentir bem,
sentirar nem por.

Angela Pradella
29 de setembro de 2015

segunda-feira, 21 de setembro de 2015

Continuar

Quando essas tempestades atingem a gente, nós percebemos que somos meros mortais.
Nos damos conta da nossa fragilidade, da nossa vulnerabilidade.
Percebemos que estamos suscetíveis a tudo e qualquer coisa.
Doenças, problemas, erros, maldades.
E nos resta tirar força do fundo do nosso amago.
Nos agarrarmos as esperanças.
Sorrir quando se tem vontade de chorar.
Levantar e andar quando se quer o estático.
Lutar contra forças que nem ao menos vemos.
Nem ao menos sabemos.
Tudo desaba ao nosso redor.
E temos que continuar a tentar.
Somente tentar.
Continuar.

Angela Pradella
21 de setembro de 2015

Mentiras

Esse sorriso mente,
o céu nublado na mente, 
a tempestade que se forma, 
a chuva nos olhos.
Esse sorriso mente, 
sua mentira é convincente, 
esconde a gritaria na mente,
o coração apertado, 
a angustia latente.
Esse sorriso é mentiroso, 
mas olhos, 
esses pedem,
desesperadamente, 
não mentem, 
não sabem,
não podem,
eles choram, 
sem lágrimas. 
Eles apenas choram. 

Angela Pradella
21 de setembro de 2015






segunda-feira, 14 de setembro de 2015

Invente um vento

Caminha por ai,
sem rumo, sem direção,
pensamentos soltos,
olhar perdido,
vai devagar,
conta os passos,
chuta pedrinhas.
Vai livre,
a brisa beija sua face
despenteia seus cabelos,
ela fecha os olhos,
sorri, um sorriso bobo,
satisfeito, ocioso.
Abre os braços,
brinca com o vento,
como se pudesse pega-lo,
como se pudesse voar.
Um dia....
Sim, um dia...

Angela Pradella
14 de outubro de 2015



quarta-feira, 9 de setembro de 2015

O Silêncio



















Sua quietude assusta,
intriga, inquieta.
Seu barulho não se nota,
não é aparente,
mas por vezes grita, engana,
enlouquece, amedronta,
repleto de coisas há dizer,
revindicar.
É claro que acalma,
tranquiliza, equilibra, eleva,
toca o coração.
Tem tantos significados,
tantos quanto se é possível.
O silêncio,
apreciação dos pormenores,
degustação da alma,
do olhar, do toque,
dos detalhes, do sorriso,
dos beijos,
da vida.

Angela Pradella
19 de setembro de 2015