liberté

liberté

sábado, 20 de agosto de 2022

Eu queria que a vida fosse um filme

É incrível e triste a forma como nós mentimos para nós mesmo durante anos e anos. E mentimos com tanta vontade que acreditamos na nossa mentira. Haja terapia para nos fazer tirar a venda dos olhos. 

Quando a venda finalmente cai e a gente percebe as coisas que perdeu, tudo que deixou passar, uma profunda melancolia invade nosso ser, e talvez alguns de nós venha a tentar juntas os cacos...Os cacos então perfuram-nos os dedos. 

Eu abri os olhos e entendi a minha mentira. O quanto eu deixei passar. O seu amor, que estava ali, e de repente eu entendi todas as músicas e clichês. Nunca fez tanto sentido: "E não adianta nem me procurar, em outros timbres, outros risos. Eu estava aqui o tempo todo, só você não viu". Só agora então eu percebi que eu nunca estive em primeira pessoa nessa música, eu sempre fui a pessoa que não percebeu. 

Eu fui a pessoa cega que escolheu fechar os olhos para algo bom. Eu fui a pessoa cega, clichê, que teve que perder para dar valor. E dói, como isso dói. E eu sei que, talvez eu mereça essa dor. 

 Eu queria que a vida fosse um filme, e que mesmo depois de anos dessa cegueira absurda, você simplesmente me perdoasse. E depois de tantas coisas ruins, e tantos absurdos, tudo fosse deixado para trás. E a gente pudesse finalmente tentar essa felicidade. 

Mas eu sei, eu sei que a vida real não é tão simples assim, eu só posso imaginar o quanto eu te machuquei, o quanto eu te deixei triste todos esses anos. Eu só espero que você possa me perdoar um dia. Que você consiga superar tudo o que eu tenha feito para você. 

Angela Pradella

21 de agosto de 2022