liberté

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terça-feira, 13 de outubro de 2015

Dicotomias

Em meio a todo esse tumulto,
a toda essa ausência de lágrimas,
ainda é possível sorrir.
Aquele sorriso bobo,
que ficou marcado no peito,
transpassado nas veias,
guardado na alma.
Aquele que surge das entranhas do coração,
a lembrança que escorre pelos lábios.
Traz a sensação de leveza,
de um voo inesquecível.
E essa sensação ímpar,
as vezes se transforma,
se torna urgência, insanidade.
Torna-se sede,
sede daqueles lábios macios,
daqueles olhos me olhando,
vontade daquele toque,
estar naqueles braços,
entre aqueles abraços.
E vem um desejo louco,
de cometer um crime,
um sequestro, roubar-te,
nunca mais devolver-te.
matar-te de amor.
Mas logo vem a calma,
e entre essas confusões,
sobra um sorriso,
misturado ao riso.
Como são loucos esse sentimentos.
Como são diversos e inconstantes.
Será que sou louca?
Acho que devo ser.

Angela Pradella
13 de outubro de 2015

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