liberté

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domingo, 27 de dezembro de 2015

Cloudy Days

Dias nublados são tão preguiçosos.
Tão cinzas e tranquilos.
Monótonos e tediosos.
Reflexivos, estranhos.
Me traz pensamentos antigos.
Promessas e não ditos.
Cobranças, consciência.
Relembra meus conceitos,
meus princípios, meus valores.
Choque de Realidade.
Suspiros.

Angela Pradella
27 de dezembro de 2015

sexta-feira, 25 de dezembro de 2015

Ser mutável

Com o passar do tempo nós vamos mudando, amadurecendo.
Algumas coisas que tinham muito valor antes, já não tem muito valor agora.
Da mesma forma que outras coisas foram se tornando essenciais.
Nossos princípios, valores, amores, nossas lutas, nossas causas,
tudo muda, cresce, se transforma.
Começamos a valorizar pequenas coisas, pequenos sentimentos,
começamos a valorizar nós mesmo.
Cada experiência nos traz um novo aprendizado.
Cada momento pelo qual passamos nos constroem, nos fortalecem.
Somos quebra-cabeça formados por milhões de peças.
Peças complexas que nem sempre se encaixam.
Mas que vivem em constante mudança de lugar, de forma.
Nossos pensamentos são líquidos, vão e voltam, transbordam, se esvaem,
mudam em uma velocidade que as vezes nem podemos acompanhar.
O que somos agora, é exatamente o que deveríamos ser.
E a cada segundo esse ser muda e se reconstrói.
Somos eterna reconstrução.

Angela Pradella
25 de dezembro de 2015


quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Esses sonhos.

Aquele deslumbrante pássaro.
Tão único e belo.
Como ele me encanta.
Torna-se irresistível admirar suas cores,
não consigo parar de olha-lo.
Seus finos traços, sua delicadeza,
suas peculiaridades, sua essência,
suas lindas cores,
o brilhos dos seus olhos.
Novamente me deixou em fascínio,
cantou suas doces canções.
Dessa vez me levou em um incrível voo,
através das nuvens, entre as estrelas.
Me deleitei em seu aconchego, seu afago.
E então ele me trouxe de volta e se foi.
Voou livre, como sempre.
Me deixando um sorriso,
uma leveza e uma paz
inigualáveis.

Angela Pradella
23 de dezembro de 2015



segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

Liberdade

"Ela é um dos últimos românticos, ainda acredita no amor"... Eu ouvi isso outro dia sobre mim e fiquei pensando... Pra começar eu tenho que admitir que eu era o tipo de pessoa que acreditava que um dia eu encontraria meu príncipe encantado em um cavalo branco e nós viveríamos felizes para sempre.  Mas com o tempo eu fui aprendendo que as coisas não são bem assim.
Hoje eu não acredito que existam pessoas umas feitas para as outras, ou que exista algo eterno.  Existem pessoas que tem afinidade, que se entendem, que se somam, que brigam, choram, sorriem, são cúmplices. Eu acho totalmente possível que alguém ame mais que uma pessoa ao mesmo tempo, que se encante por muitas outras.
Isso não quer dizer que eu não queira estar com alguém, me apaixonar, talvez um dia namorar, casar talvez e quem sabe ter um filhos. E muito menos que eu quero sair por ai ficando com todas as pessoas. Isso quer dizer que eu acredito em liberdade, que tem certas coisas que eu não posso controlar, sentimentos. Isso quer dizer que no dia que eu estiver com alguém eu quero que essa pessoa esteja ali por que ela quer estar e não por obrigação, e que ela saiba que a qualquer momento que ela quiser sair ela pode sair, que se um dia ela venha a se encantar por outra pessoa, eu não posso e nem vou querer impedi-la, porque são sentimentos, todos estamos propensos a senti-los.
Eu acredito no amor e muito, mas talvez seja um conceito diferente do que as pessoas estão acostumadas. Para mim o amor nada tem a ver com posse, ao contrário, o amor é livre, é querer a pessoa bem independente de onde esteja ou com quem esteja.
Pode ser que eu esteja completamente errada, mas é assim que penso, talvez eu nunca encontre alguém que pense como eu. Mas acredito que devemos estar felizes com o que as pessoas nos proporcionam de bom, mesmo que elas não estejam ao nosso lado, pois devemos ser livres e as pessoas tem que estar ao nosso lado quando elas se sentirem a vontade.
Eu devo ser romântica sim, mas não da maneira convencional.

Angela Pradella
21 de dezembro de 2015

Filtros

Se nós formos pensar no todo da vida, eventualmente nós iremos nos deparar com situações impossíveis, coisas inalcançáveis que queremos muito mais não podemos ter. E sim, essas coisas existem, e por mais que nós lutemos e corremos atrás, e sim nós devemos lutar e fazer todo o possível para conseguir desde que isso não venha a ferir ninguém, algumas coisas não conseguiremos, é inevitável, todos temos limitações, podemos muito, mas não tudo.
E então adianta sofrer, ficar se lamentando, fazer birra, bater o pé? Talvez forçando, nós até conseguiríamos o que quiséssemos, mas a que custo? Obrigando alguém a permanecer ao nosso lado? Chantageando? Ferindo?
A vida é muito curta e frágil para perder tempo brigando por coisas pequenas, sofrendo, se lamentando, penso que devemos filtrar os momentos e manter apenas o lado bom das coisas, viver o momento, o melhor, deixar as coisas acontecerem, sem forçar, afinal, se elas acontecem naturalmente, não precisamos nos afobar, nos angustiar e sofrer. E se não for pra acontecer, que nós tiremos as partes boas do processo de tentar, poética. Pra que ficar frisando nos momentos ruins se podemos dar enfase nas partes boas, que nos fizeram crescer, sorrir, que nos fizeram feliz.
Ficar triste as vezes é inevitável, mas não precisamos ficar presos a isso, levemos o lado bom da vida, isso é a liberdade de espirito, saber que nem tudo podemos controlar, as vezes nós vamos errar, as vezes as coisas não vão sair como querermos, mas que podemos aproveitar a parte boa sempre..
Nós somos seres complexos, difíceis, somos sim. Mas se nós podemos simplificar algumas coisas e transformar em aprendizado e crescimento ao invés de sofrimento, por que não tentar?

Angela Pradella
21 de dezembro de 2015

sexta-feira, 18 de dezembro de 2015

Sobre esperar...

As pessoas vivem por ai esperando. Elas esperam que amanhã seja melhor, que a semana que vem seja melhor, talvez o próximo mês melhore, ou então ano que vem seja melhor, quem sabe a próxima década? Ou o próximo século!?
Esperamos que as pessoas deixem de ter mágoas, esperamos que elas nos correspondam, que elas gostem de nós, que nos aceitem para que nós possamos ser felizes. Alguns esperam pelo tal do amor eterno, outras esperam pela felicidade, e tem algumas que esperam o juízo final. Elas esperam por um emprego melhor, uma casa melhor, uma vida melhor. Esperam que a violência acabe, que a corrupção acabe, que as catástrofes naturais, ou não tão naturais assim parem, que o mundo se torne um lugar melhor.
Mas a dificuldade está justamente em esperar, as pessoas somente esperam, esperam que o seu dia de amanhã seja melhor, mas não fazem nada para tentar mudar alguma coisa. Sabemos somente reclamar, de como as coisas são difíceis, de como elas são chatas, de como nada muda nunca. Mas quem deve começar a mudança? O problema é que mudar da trabalho, nossa, como da trabalho né? Como é difícil, quanta preguiça, vamos deixar para amanhã! E assim o mundo caminho, com essa falta de força de vontade que nunca leva ninguém a lugar nenhum.
Por que ninguém fala nada quando alguém joga lixo no chão? Por que ninguém fala nada quando vê uma situação de violência ou injustiça? Por que ninguém fala nada quando vê alguém dormindo na rua? Por que ninguém fala nada quando o garanhão tenta beijar a menina a força? Por que ninguém fala nada quando um jovem é agredido por sua cor, ou por ser gay, ou somente por ser diferente? Porque é mais fácil não fazer nada, usar a desculpa do "não é comigo", ou "eu não tenho o direito de me intrometer"... É comodo, e é triste...
Nós fomos condicionados a acreditar que não podemos fazer nada pelo mundo, e o mais incrível é que nós acreditamos tão cegamente nisso, que não fazemos nada nem por nós mesmo, acreditamos que somos tão pouco que nem tentamos nos fazer melhores. Acreditamos que se as coisas estão assim é porque elas deveriam estar e não fazemos nada para mudar. Acreditamos que sozinhos não podemos mudar nada, mas e se todo mundo ao invés de pensar que sozinho não podemos fazer nada, pensasse ao contrário e começasse a mudar? Se cada um fizesse sua parte e começasse a mudar aos poucos, com certeza nós iriamos muito longe.Mas ai invés disso continuamos a esperar, simplesmente esperar... que algo mude, que a situação melhore, que alguém reconheça nosso esforço, que alguém nos ajude. Estamos esperando algum tipo de herói?
Mas até quando nós vamos esperar? Será que os heróis não somos nós mesmos? Será que não é o momento de começarmos a mudar? Tem muita gente por ai fazendo o bem, se inquietando e lutando, mas esse muito ainda é pouco, tem muita gente que ainda tem que acordar.
Paremos de esperar pelos outros para fazer algo, para sermos felizes, para podermos seguir em frente. Nós não precisamos esperar, nós podermos fazer por nós mesmo, nós podemos mudar o mundo, nós podemos alcançar nossos objetivos, nós podemos ir atrás da nossa felicidade. Nós não precisamos e nem podemos ficar esperando por ninguém, as pessoas tem que começar a caminhar sozinhas, lado a lado e não puxando alguém ou sendo puxado.
Pare de esperar que alguém faça e faça você mesmo.
Nós podemos muito mais do que imaginamos.

Angela Pradella
18 de dezembro de 2015

quarta-feira, 16 de dezembro de 2015

Sentidos

Qual foi a última vez que você parou pra olhar o céu? Eu digo parar mesmo, deitar e ficar observando as nuvens, as estrelas, a lua... Qual foi a última vez que você abraçou alguém de verdade, sentiu seu coração batendo, seus corpos tão perfeitamente encaixados que o mundo inteiro parou? Qual foi a última vez que você se perdeu em meio a um beijo, se perdeu no tempo, no espaço? Quando foi que você andou descalço na grama ou na terra pela última vez? Quanto tempo faz que você não cheira uma flor? Quando foi que você parou pra sentir a brisa tocando o seu rosto e fechou os olhos de puro prazer? Quanto tempo faz que você não sente as texturas de uma planta, das árvores, de grãos, de tecidos, da pele e tantas outras mais? Faz quanto tempo que você não para um pouco para respirar, para se observar, observar o mundo a sua volta, todos os seus pormenores?
A velocidade do mundo aumenta a cada dia, e a cada dia nós deixamos um pouco da sensibilidade para trás. Estamos nos tornando tão mecânicos que não sentimos mais realmente. Não abraçamos de verdade, não olhamos nos olhos, não sentimos o toque, tocar, ser tocado, não apertamos as mãos. Olhamos uma bela paisagem e não a vemos realmente, escutamos o canto dos pássaros e ignoramos, não aproveitamos suas lindas melodias, sabemos aproveitar muito menos o silêncio, nos importamos cada vez menos em observar o mundo, estamos deixando de usar nossos sentidos aos poucos.
Você já reparou no sol nascendo, aquela cor alaranjada magnifica? E quando ele está se pondo, o céu fica levemente avermelhado, um incrível espetáculo... Você já reparou que por diversas vezes o céu assemelha-se a uma pintura, uma esplendida obra de arte que se esvai em poucos minutos? Você já reparou no sorriso das pessoas? Nos olhares? Em como uma expressão muda dependendo do que nós falamos? Você já notou a alegria de uma criança com coisas pequenas como uma simples bolha de sabão?
Algumas alegrias estão nas coisas mais simples, coisas que estamos deixando de apreciar. Um abraço carinhoso, um beijo na testa, um toque demorado, sentir o vento, caminhar pelas sombras das árvores ouvindo os pássaros, admirar o céu, ouvir as pessoas, ser gentil, sorrir, fazer alguém sorrir.
Nós estamos esquecendo da simplicidade, das peculiaridades, dos detalhes, estamos olhando o mundo através de telas, de pequenas prisões que nem ao menos percebemos e estamos deixando de perceber a nós mesmos.
Vamos parar para respirar um pouco, andar mais devagar, observar o nosso entorno, tocar as coisas e realmente apreciar sua textura, ouvir o vento, as pessoas, o silêncio, degustar sabores, amores, vinhos, sentir o cheiro das flores, da terra, da chuva...
Vamos voltar a sentir...
Vamos voltar a viver...
Vamos admirar o mundo.

Angela Pradella
17 de dezembro de 2015