liberté

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terça-feira, 9 de abril de 2024

Pássaros engaiolados

Esses dias eu tive um sonho interessante, sonhei com pássaros presos em gaiolas, pequenos pássaros vermelhos com verde, presos em gigantescas gaiolas, mas o que chamava atenção era o fato de que apesar de extremamente altas, essas gaiolas não tinham teto, eram abertas, e os pássaros tentavam desesperadamente sair pelas grades, enquanto a parte de cima estava completamente aberta.  Então andei mais um pouquinho e achei alguns deles voando, achei que devia leva-los de volta para a sua casa na gaiola, afinal, eles pertenciam de certa forma a alguém, fui andando com alguns na mão, até que cheguei em uma casa, simples mas bonita, aconchegante, completamente aberta, sem portões ou grade, com uma arvore na frente, onde diversos pássaros da mesma espécie voavam, brincavam e cantavam tranquilos, e uma moça estava ali no jardim, parada me olhando, eu assustada com todo aquele contraste de ambiente perguntei: "moça, esses pássaros são todos daquela gaiola?" ao que ela respondeu: "Não eles são daqui mesmo, vivem soltos", surpreendida, perguntei: "Mas como eles não fogem?". Ela sorriu, um sorriso doce, quase travesso e respondeu: "Eles sabem que á casa deles, eles saem a hora que querem, vão para onde querem, e quando querem, eles voltam". Então eu soltei os pássaros que eu carregava, que voaram felizes para junto de seus amigos que os acolheram com felicidade. E assim terminou, ou assim eu lembro da história. 

Esse sonho me fez pensar nas nossas amarras. Em como nós nos sentimos presos aos nossos próprios sentimentos ou pensamentos. Em como é difícil nos soltarmos e nem por culpa nossa, mas porque alguém nos convenceu de que não dá pra ser de outra forma, que não tem jeito, que não dá pra escapar disso... Estranho e triste como as pessoas se limitam e fazem questão de limitar quem está ao redor. Eu espero que um dia o mundo melhore e que possamos nos livrar dessas amarras invisíveis, que possamos voar em liberdade, pra onde, quando e da forma que acharmos melhor. 

No fundo, eu só espero que o mundo melhor um pouco.

09 de abril de 2024

Angela Pradella

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