liberté

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quarta-feira, 7 de novembro de 2018

Os agostos e seus gostos.

É engraçado, estranho e ao mesmo tempo bonito, como uma lembrança pode ser tão vívida a ponto de trazer de volta a mesma sensação, a mesma vontade de sorrir, o mesmo sentimento, uma saudade tão viva que te faz lacrimejar.
Desses agostos que deixei passar e a tempos não me lembrava, hoje tive que lembrar. Relembrei um momento, cada segundo, cada detalhe, a sensação, os sentimentos. As lágrimas subiram aos olhos, um nó na garganta, talvez de tristeza por provocar tanta saudade, o coração se aqueceu, deu vontade de tirar essa criatura de lá e abraçar, deu vontade de voltar àquele momento, deu vontade de fazer tudo de novo, cada coisa, cada erro, cada detalhe!
Daquela noite, sentada em um banco, na beira da praia, daquela noite de tanto tempo atrás, tantos anos passados, vendo as luzes da cidade do outro lado, conversando sobre a vida, o tempo, loucuras, bobagens. Naquele momento, de repente risca o céu uma estrela cadente, que na verdade era um avião, e provocou tantos risos, que agora me faz sorrir um sorriso tão doce, lembrar daquele seu sorriso.
Daquela noite que sentamos e olhamos mais que somente o mar e as luzes, olhamos nos olhos, vimos nossas almas, compartilhamos o mais íntimo de nós, nos abraçamos e sentimos que nada mais importava.
Daquela noite que te olhei com tanto amor, e naquele momento, você estava ali para mim, somente parar mim, e nada, nem ninguém podia desfazer aquele momento, somente aquele momento. Naquele noite que se eternizou e virou uma lembrança boa que aquece meu coração.
Naquele agosto quente, naquela praia Cacupé. 

Angela Pradella
07 de novembro de 2018.